Nosso Bairro
Do futebol profissional ao amador
Além da tradição do Fantasma do Fragata, bairro conta com times em diferentes localidades e agora possui Associação para organizar o setor
Times em campo. Torcidas nas arquibancadas. A bola vai rolar. Neste último dia de conteúdo dedicado especialmente ao Fragata, o projeto Nosso Bairro ingressa na tradição do futebol. E engana-se quem pensa que é unicamente em função do Grêmio Atlético Farroupilha, que se prepara para estrear na Terceirona em 26 de junho. O Bairro Cidade também possui longa história entre as equipes de futebol amador. É o que o Diário Popular traz nesta sexta-feira (10): esta mescla entre profissional e amador. Passado e presente.
No Nicolau Fico intensificam-se os preparativos para dar a largada na Terceirona. O elenco ainda não está fechado. O Tricolor busca substitutos para a dupla de frente Rômulo e Kesler, que ajudou a conquistar o recente título de campeão da Copa Francisco Novelletto, em abril. O primeiro confronto já está definido: será o Rio Grande, no estádio Arthur Lawson.
Conquista da Copa Francisco Novelletto ocorreu dias depois da morte do torcedor-símbolo Trem e chegou como homenagem a ele (Foto Carlos Queiroz)
E embora a etapa seja de organização dentro e fora de campo, o clima é de otimismo. E sonho também. Fachada e arquibancadas ganham nova pintura. Alojamento e refeitório para os atletas estão em fase de montagem. Pavilhão terá telhas substituídas e o aumento da mureta da arquibancada da rua Tenente Lira está na mira entre as prioridades. Para tirar as melhorias do papel, mais uma vez o Fantasma do Fragata conta com o amor - e a verba - dos próprios diretores. São eles que viabilizam os investimentos.
A expectativa é de que o número de sócios possa crescer com o começo da competição. Hoje são cerca de cem. Mas se depender do entusiasmo do vice-presidente de Futebol, Alcy Moraes, haverá razões para deslanchar. "Queremos subir para a Série A2 [Segundona], jogar a Copinha e conquistar uma vaga na Copa do Brasil. É o nosso grande sonho", resume.
Muitas histórias de amor ao Clube
O Grêmio Atlético 9º Regimento havia ganho novo nome e novas cores há pouquíssimo tempo, quando nascia na cidade de Rio Grande o guri que depois se transformaria no torcedor-símbolo do Fantasma do Fragata: Guilherme Dias, o Trem, que morreu em 30 de março de 2022, aos 80 anos de idade.
Ao ser fundado, em 1926, o clube pertencia ao Exército e possuía as cores vermelho, branco e verde. Em 1941, durante o governo de Getúlio Vargas, veio a determinação de que nenhuma unidade militar deveria contar com times profissionais. Foi então que o tricolor ganhou as cores da bandeira do Estado - verde, amarelo e vermelho - e foi rebatizado de Grêmio Atlético Farroupilha, em alusão ao título de campeão gaúcho conquistado em 1935, exatamente no centenário da Revolução Farroupilha.
Aliás, este feito contou com a participação do atleta, natural de Santa Vitória do Palmar, que até hoje é motivo de orgulho do Farrapo: Sezefredo Ernesto da Costa, o Cardeal. "Ele não era bom. Era um fenômeno. Ficou conhecido no exterior como El Maestro", conta Alcy Moraes. Em 1936, inclusive, o atacante foi jogar no Nacional, de Montevideo. Por aqui, em 1935, liderou o grupo que venceu a melhor de três contra o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, em Porto Alegre. Detalhe: as partidas aconteceram no Estádio Timbaúva, do Grêmio Sportivo Força e Luz.
São relatos que brotam com detalhes de anos, de escalações e de placares, conforme o vice-presidente de Futebol Alcy Moraes, 75, conversa com o Diário Popular. Ao lembrar da primeira vez em que colocou o olho no Farrapo, em 1959, é como se voltasse a ser aquele mesmo guri de 12 anos, natural de São José do Norte. A mãe já tinha se transformado em torcedora xavante. E era dia de jogo no Bento Freitas. Ao enxergar os jogadores entrarem em campo com as camisetas tricolores começava uma paixão, alimentada até hoje. "A cada gol do Farroupilha que saía, eu vibrava e levava uns cascudos", descontrai e emociona-se.
São memórias que prometem se transformar em livro, junto a inúmeros dados e pesquisas reunidos ao longo das décadas.
No futebol amador, clima é de decisão
O título da categoria 60 anos, do campeonato organizado pela Associação Fragata de Futebol (AFF), começa a ser disputado na tarde deste sábado. A decisão ocorrerá entre as equipes Zé do Verde e Ases Futebol Clube. A segunda partida, agendada para o sábado 18 de junho, também será realizada no campo do Liberal, na vila Gotuzzo. Os apreciadores do esporte, portanto, têm bela pedida para os finais de semana.
Dois jogos das finais irão ocorrer no campo da Sociedade Recreativa Liberal (Foto: Divulgação)
E já coloque na agenda: dentro de 60 dias devem começar os jogos da categoria 50 anos. Criar campeonatos para a faixa dos 45 anos não está descartado. "A ideia é estimular os clubes, movimentar o bairro e dar oportunidade para faixas etárias que não costumam ter como jogar", enfatiza o presidente da AFF, Valdeci Félix da Silva, o Mosquito. E nesses quase quatro anos de trabalho, desde a fundação da entidade, os times têm um estímulo a mais para treinar e se manter na ativa. E quem sabe, aos poucos, surgirem outros clássicos fortes além de Liberal x São Geraldo, que já contam inclusive com a fidelidade das torcidas.
Para participar do Nosso Bairro!
O DP quer ouvir suas sugestões de pauta e apresentar reivindicações, projetos sociais e bons exemplos de cada localidade de Pelotas. Até agora o Nosso Bairro já cruzou por Laranjal, Areal e nesta sexta encerra o ciclo do Fragata. A partir do sábado (11), o roteiro estará direcionado às Três Vendas. Portanto, participe. Comunique-se pelos e-mails [email protected] e [email protected]. Você pode também entrar em contato pelo (53) 3284-7023 ou pelo WhatsApp (53) 99147-4781. Se preferir, pode dirigir-se à sede do Jornal, na rua 15 de Novembro, 718.
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